sexta-feira, 28 de novembro de 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

OutCast...

Viver só.... isolado.. ser um artefacto que não o pretende ser... um guerreiro escondido que opta por não se manifestar... ter um genoma mais fácil... não ter a expressão do gene que me mata e tortura a mente e a existência... querer viver e que me deixassem viver sem que penetrassem o céu de água (necessitado de algumas diopterias) na minha vida pessoal.
Ser de olhar altivo esquece a minha existência. deixa o meu eu interior. Percebe que até as rochas se mexem e transformam pela erosão.

Deixa -me ser quem eu quero ser... julgamentos!!!! Sem críticas dolorosas. Eu n te julgo pq tens tu de me julgar. Porque pensas tu que me podes subjugar ao teu querer. Dói-te a alma se não fizeres o comentário maldoso ou não? Fere-te de algum modo? Então pq o fazes se ao comentares podes estar a destruir alguém lentamente. O teu comentário é como um cancro latente, que esporadicamente reaparece e magoa e leva ao fundo do poço a minha existência...

Pensa que nas tuas palavras pode residir o sofrimento, a dor, o pecado, o desgaste, o descontentamento e a solidão de alguém. Pensa que o teu comentário pode fazer de alguém um rochedo isolado e inalcansável. Pensa que o teu comentário simples e sem interesse para ti pode desencadear a catarse de alguém.

Por isso sai de ti e coloca-te no lugar do Outro. Percebe a sua dor. Entende a sua dor. Procura no seu olhar a dor escondida e a felicidade fingida. Procura encontar no seu olhar a angústia e assim evitarás acabar com o mundo de alguém. Pq a tua felicidade depende quase exclusivamente da felicidade dos Outros... somos uma matriz e qto mais perto fisicamente mais nos influencimaos uns aos outros. O teu comentário. A tua energia. Tudo pode fazer alguém feliz ou miserável. Opta por fazer alguém feliz e terás seguramente uma sensação de auto-preenchimento superior. Sentirás a plenitude de um plano acima do humano. Andamos em busca de algo em que acreditar... neste momento devemos acreditar uns nos outros e que precisamos sofregamente de todos para evoluir na escadaria entre planos existenciais. Vê. Observa, acima de tudo observa! Assimila, compreende e guarda esse saber, conhecimento em ti.

A vida alheia é um livro muito complexo. Não o conseguirás decifrar. Nunca tentes restringir a vida de outrém a uma qualidade. Entende-o como um todo. não o fragmentes porque o livro da vida não é possível de fragmentar. Observa o Outro e entende que tal como tu também ele sofre anseia, dorme, respira, chora, transpira e adormece e levanta-se no dia seguinte. Apercebe-te que TU não és o centro do universo. TU és apenas mais um peão na imensa matriz que é a minha, a tua e a vida de todos nós. Porque a minha vida interliga-se intimamente com a vida todos os que existem neste planeta. No todo somos um plano de consciência superior e por isso aprende a ser humilde e a reconhecer que TU não és ninguém sem mim e sem os outros... NINGUÉM! habitua-te à ideia. A energia positiva atrai energia positiva... se fores mesquinho(a) poderás ter a certeza que atrairás isso para ti tb... o meu desejo! que sofras! Apenas ligeiramente porque se sofreres em demasia isso interferirá directamete com a minha vida....

domingo, 2 de dezembro de 2007

solidão

solidão bastarda e inconveniente, que nos devora e mata lentamente. solidão que nos rasga lentamente a pele e sangra a alma. solidão inimiga enqto se enrola em nós como gentil amada. solidão.
turbilhão hipócrita na mente que se reproduz de modo exponensial e nos arrasta, lentamente... e nos devora a carne qual larva insaciável. solidão.
um cigarro. mais um cigarro. o bremido patológico na terminação dos nossos dedos. apoplexia suave que nos irriga os tecidos. solidão.
paralisia enferma que nos sorri em olhos rasgados. dúvida controversa que se suicida ao renascer. solidão.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Armagedão...

Morrer lentamente. Estender a mão com o papel fútil e sem reacção. Transpor uma barreira que se recusa a ser transposta à partida – paradoxo que se afirma como acção inválida. Marasmo! Marasmo impingido pelo querer que se nega a aceitar... e lutamos diariamente. Valerá a pena rebaixarmo-nos diariamente e chafurdarmos no lodo da face negra da assitência a outro ser humano? Luvas! Apetrechos de moda ou condição essencial no nosso dia a dia? A luva é o troféu do jogador sem escrúpulos. A luva de massajar as costas! A luva de desafio à antiga. A luva do envelope que carrega no seu interior a dignidade e os princípios ético-morais de quem a promete e entrega. E, na calada da noite, desaparecer e não mais voltar. Esquecer! Denunciar! Grito inquieto por justiça e ética. Vendidos! Todos vendidos! Vontade homicida perante os vendidos! Quando perdemos a dignidade? Evoluímos e na evolução perdemos noção de tudo? A representação estreita de evolução passou da perpetuação da espécie para o egocentrismo da escadaria do sucesso. Espezinhar e ser espezinhado?! Gritamos sozinhos. Um grito na multidão aqui, outro grito noutra multidão e outro ainda numa outra qualquer multidão. Tentamos, mas juntos estes gritos isolados, não passam disso mesmo - grito isolados. Nunca serão múrmúrio audível. Cala-se a voz incoveniente. Destrói-se uma possível realidade alternativa tão necessária à evolução. Deixámo-nos violar pelo capitalismo, pelas hierarquias. Sufocámo-nos! Matámo-nos com a nossa vontade selvagem de sucesso. Auto-sentenciámo-nos à extinção! Este é o Armagedão, o Nosso Armagedão!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que sogue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo : "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu.
(Fernando Pessoa)

ALONE by Edgar Allan Poe (1830)

From childhood's hour I have not been
As others were; I have not seen
As others saw; I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I loved, I loved alone.
Then- in my childhood, in the dawn
Of a most stormy life- was drawn
From every depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that round me rolled
In its autumn tint of gold,
From the lightning in the sky
As it passed me flying by,
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.

sábado, 5 de maio de 2007

(não autobiográfico)
...Vi-me em cada um deles e em todos ao mesmo tempo. Não conseguia ver nada. Estaria eu cego pela hipocrisia social? Esperei uma boa meia hora e nada vi. A desilusão de nada ver era na verdade uma alegria. O meu cepticismo tinha razão de ser. A desilusão não era mais do que a confirmação de que estava certo. Não obstante, percebi que aquela angústia não me ia deixar ileso. Mara acreditava naqueles espelhos. Eu não! Como poderíamos continuar se não acreditávamos nas mesmas coisas? Como poderíamos coexistir se percepcionávamos as coisas de forma diferente?
Resolvi dar uma segunda oportunidade àquele trio esotérico. Despi-me. Tirei todas as minhas roupas. Deixei-me ficar assim por um instante. Relaxei. Abri a minha mente. Lembrei-me do bilhete que dizia que os espelhos enganavam o guardião da alma. Sorri. Debrucei-me espelhos adentro. Os meus olhos paralisaram. Tinha começado o transe. Nunca conseguirei explicar o que senti naquela altura. Todo o meu corpo envolveu-se no seu reflexo. O reflexo dominava então o eu do lado de cá dos espelhos. Aquele reflexo era o poder da minha real essência sobre o corpo humano e disciplinado pelo querer do todo social. Entrei numa dormência. Não conseguia mexer uma única fibra muscular do meu corpo. O olhar paralisado do espelho absorvera a minha capacidade de locomoção… apenas a mente fervilhava. Ardia-me o cérebro. A minha cabeça parecia em vias de explodir. Não havia, apesar de tudo, ansiedade ou medo. Nada. Apenas uma calma sedutora ponteada pelos acessos explosivos da minha mente. Depois disso veio uma luz negra brilhante. O que é uma luz negra brilhante? Não sei. Não julguei ser possível. Mas era isso que via. Uma espiral negra que cativava o meu olhar paralisado. O preto brilhante ofuscara-me a mente. Já não haviam explosões. Apenas crescentes de intensidade lúdica. Subitamente a espiral e o meu reflexo desapareceram. Não desapareceu a minha incapacidade móbil. No que era o centro da espiral começaram a aparecer imagens de há muito. Imagens que julgava esquecidas. As imagens eram cenários à minha volta. Eram demasiado reais para serem apenas imagens. Eram recordações salientes. Eram imagens com relevo consciente. Naquele transe percorri toda a minha vida. Sufoquei nas lembranças da minha gestação. Atravessei as fases descritas por Freud. Eram reais as fases. Não eram apenas mais uma teoria. Compreendi o meu falhanço ...
...seus lábios. Nos espelhos apenas os seus lábios ternos e ao mesmo tempo devassos pelo beijo de néctar. Não conseguia ver a sua cara. Não conseguia ver o seu corpo. Apenas uns lábios que pairavam naquela espiral negra que começava a desaparecer. Estaria a minha lição aprendida ou a espiral negra apavorara-se com a luz do dia alto, que entrava com coragem janela dentro? Doíam-me os músculos. Nada mais natural. Permanecera paralisado durante horas a fio. O transe transformara-me num homem estátua. E da mesma forma que um homem estátua, não manifestei a mínima reacção. Não mexi um só músculo externo. Penso que até o meu coração diminuiu a intensidade dos seus batimentos. Naquele transe a energia fluíra naturalmente, remetendo para segundo lugar o bombear mecânico daquele órgão.
Calei os espelhos. Calei a minha consciência. Optei por não me manifestar sobre o que vira. A espiral negra engolira consigo o meu maior segr(m)edo...